Neste dia 8 de janeiro completam dois anos dos brutais ataques fascistas protagonizados em Brasília em 2023. Neste dia, há dois anos, uma horda mal-informada e dominada pela inconformidade descabida e antidemocrática com o resultado da eleição, e com a intenção de implantar e defender um projeto fascista para o país, tomaram a sede dos três poderes, quebraram, destruíram e depredaram prédios e o patrimônio público, após passar meses em frente a quartéis do Exército pedindo intervenção militar.
Mesmo depois de dois anos, a percepção da sociedade continua a mesma: de que os atos daquele 8 de janeiro foram criminosos e os responsáveis precisam ser punidos. Uma pesquisa divulgada dia 6 último mostrou que 86% da população continua reprovando os atos.
TAPA NA CARA – A premiação da atriz Fernanda Montenegro pelo filme “Ainda Estou Aqui”, que trata de um dos períodos mais sombrios da história recente do país, apenas 3 dias antes do 8 de janeiro, reacende na memória de todos o que representa para a sociedade um regime militar, fascista e autoritário. Trata-se de um regime que não interessa a milhões de pessoas que viveram na pele a ditadura e de tantos outros milhares que têm presente na memória o que era a vida naquele período. Só o deseja de volta, quem se beneficiou e continuaria a se beneficiar com ele. Mas não os trabalhadores.
Para a classe trabalhadora, só uma democracia forte, respeitada e inclusiva interessa. Somente num regime democrático os trabalhadores podem lutar por seus direitos e melhorias na qualidade de vida; podem buscar educação, saúde, segurança no trabalho, salários e condições dignas de trabalho, entre outros direitos constitucionais; podem sair às ruas em manifestações e protestos e usar a principal arma da classe, a greve, para fazer frente as mazelas do capitalismo, que destrói suas esperanças e suas vidas.
Não por acaso, um estudo recente da Fundacentro mostrou que durante a ditadura militar no país, o Brasil bateu recordes de acidentes do trabalho.
Portanto, defender a democracia é uma luta que deve estar permanentemente na agenda dos trabalhadores e trabalhadoras, na mesma proporção das tentativas de fragilizar a acabar com este regime, a exemplo do que vem ocorrendo em muitos países, já que o crescimento da direita fascista não é um fenômeno apenas brasileiro.
É PRECISO PUNIR E RESPONSABILIZAR – Como têm atestado especialistas que estudam a sociedade brasileira, a falta de punição aos crimes cometidos na ditadura tem sido um dos fatores que propicia o levante de setores autoritários, militares e civis, dentro da sociedade. Por isso, é preciso punir exemplarmente não só os manifestantes, mas especialmente os mandatários e patrocinadores dos atos do 8 de janeiro de 2023.
Atualmente tramitam no STF, 485 investigações e a Operação Lesa Pátria tem feito buscas, apreensões e detenções de pessoas que participaram e incitaram os atos. Um total de 371 pessoas já foram condenadas por violação do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e outros crimes, sendo que 70 cumprem penas de forma definitiva (sem mais instâncias a recorrer), com prisão de 3 a 17 anos. No total, foram abertas 1.552 ações penais para apurar os fatos.
Mas as investigações sobre quem financiou os atos que, conforme mostraram as investigações, pretendia assassinar o presidente, o vice e manter Bolsonaro no poder, ainda seguem em andamento.
Muitas mães, pais, irmãos procuram até hoje pelos corpos de seus parentes. O país não pode permitir que essa impunidade permaneça, protagonizada pelos mesmos setores que, em 1964, apoiaram a ditadura civil-militar que matou, torturou e por 20 anos calou os trabalhadores.
Assessoria de Comunicação
07/01/2025 23:04:57