História

01 Nos anos seguintes, muitos foram os percalços que os trabalhadores enfrentaram, desde a ilegalidade até a intervenção militar. Também foram muitos os momentos de glória, com reconhecimentos clássicos de lutas justas. Nos primeiros quinze anos de vida, dentro ainda de um período de incertezas, o SINTTEL/RS realiza sua primeira grande greve que, do alto de suas 72 horas, construiu bases sólidas para a história de luta de uma classe inteira. Na década de 60, muitas mudanças atingem a classe trabalhadora. Uma ação do governo Brizola garante o futuro da telefonia e dos trabalhadores. A encampação tira das mãos dos norte-americanos e entrega a companhia telefônica ao povo gaúcho. Surge a CRT. (Companhia Riograndense de Telecomunicações). Brizola atende ainda a uma reivindicação justa e garante correção de 72% aos salários dos telefônicos.

O final da década, porém, é marcado como o final dos tempos de luta do sindicato. A ditadura militar se instala no Brasil. No RS, muitos sindicatos são fechados e outros recebem a intervenção do Estado. O SINTTEL/RS fica fechado à democracia até 1971, quando voltam a ocorrer eleições para a escolha da diretoria. Embora com eleições, apenas a junta governativa, composta por militares, concorre e se mantém no comando até meados dos anos oitenta. Nos anos oitenta, muitas coisas mudam no Brasil. O movimento das Diretas já empurra a ditadura militar e devolve a democracia aos brasileiros. No sindicato, o movimento é de ação sindical, inspirado no novo sindicalismo que surge no ABC paulista. Jurandir Leite e Gerson Almeida foram os pivôs desta mudança devolvendo o sindicato aos trabalhadores. Neste universo de mudanças e redemocratizações, o SINTTEL/RS é parte importante da história gaúcha: Ajuda a fundar a CUT/RS e a Federação Interestadual dos Telefônicos. (FITTEL).

A década de oitenta é rica em movimentos sedentos por mudanças, como todo o povo brasileiro. 033Os telefônicos voltam às ruas em duas grandes greves – uma com 21 dias e outra de 13 dias de paralisação dos trabalhos. Visionária e preocupada com o futuro da classe trabalhadora, a direção do sindicato realiza em agosto de 1989 o primeiro congresso dos telefônicos que discute, inclusive, a ameaça da privatização, que viria a ser a grande vilã dos trabalhadores nas décadas seguintes.

Nos anos noventa, o sindicato se espalha pelo território rio-grandense e surgem as delegacias do Interior, com vida própria, modernas e repletas de disposição para lutar. Na Capital, uma nova sede, mais ampla e condizente com a grandeza da união dos telefônicos, é inaugurada. Nesta década, porém, a grande vilã se apresenta. As privatizações tornam-se concretas e tem início o pesadelo de muitos trabalhadores. O sindicato não assiste quieto ao desmonte da companhia e desencadeia pelas ruas uma campanha contra o movimento privativista. Apesar de empenhar todos os seus recursos, é derrotado. O ícone deste movimento é a tomada da Assembléia Legislativa do Estado durante a votação da venda da CRT. Com o plenário tomado pelos telefônicos, os parlamentares dão as costas ao povo e, em uma seção escondida, aprovam a venda da CRT desencadeando demissões e precarização dos postos de trabalho.03

A virada do século exige mudanças no sindicato. O estatuto social é adequado à nova realidade e os trabalhadores de empreiteiras e tele-atendentes juntam-se aos trabalhadores das operadoras nas lutas da entidade. Os primeiros anos deste novo século foram dedicados à retomada da grandeza do sindicato que representa os telefônicos. A primeira gestão mista de trabalhadores tem o papel de construir a nova realidade, adequando as lutas do sindicato e encara a primeira greve pós-privatização. Os trabalhadores das empresas A.S. Júnior e Visabrás melhoram seus salários e benefícios com a bravura de encarar uma greve conjunta com o sindicato. Nos anos seguintes a consolidação desta nova base toma corpo. São eleitas duas diretorias, com crescente participação dos trabalhadores terceirizados na executiva. Esta mistura demonstra a certeza de que o sindicato fez a escolha certa ao abrir seu estatuto06

social aos trabalhadores de um novo tempo. A sólida união demonstrada no terceiro congresso é a base para todas as conquistas mais recentes: a periculosidade paga no contra-cheque, a manutenção dos postos de trabalho a cada reorganização do capital e a evolução das cláusulas sociais dentro dos acordos coletivos, são marcas do sucesso desta adaptação aos novos tempos. Os trabalhos não se restringem apenas aos ativos, a melhoria constante dos benefícios e a manutenção da fundação, estão sempre nas discussões de toda a classe telefônica. São ativos e aposentados lutando juntos por um mundo melhor! Guerreiros e atentos às mudanças são características necessárias aos trabalhadores que acreditam em um sindicato moderno e evoluído ao longo de décadas de luta e vitórias. Hoje, mais do que nunca é necessário que os trabalhadores conheçam a história do SINTTEL/RS, para que dela façam parte e construam uma nova e melhor realidade.

SINTTEL/RS Somos Todos Telefônicos!

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