Dirigentes do SINTTEL-RS reuniram, dia 29/08, na Sede I do Sindicato, com o coordenador e chefe da equipe de fiscais do trabalho da SRTE-RS, Gerson Pinto, para tratar especificamente do tema da contratação de MEIs em áreas periculosas e/ou de risco de acidente e de vida no setor de telecomunicações, mais em evidência, nos Provedores de Internet. Na ocasião, diversas atividades e ações conjuntas foram acertadas entre as instituições, buscando impedir este tipo de exploração/precarização do trabalho dos trabalhadores/as.
Este é um tema que vem sendo acompanhado pelo Sindicato com muita atenção. Na prática, a contratação de MEIs tem sido superexplorada pelas empresas como forma de reduzir seus custos, mas para os trabalhadores/as significa mais precarização, piores condições de trabalho e praticamente nenhuma proteção em caso de acidentes e adoecimento.
Apesar de trabalharem num serviço essencial, nem todos os MEIs recebem o devido treinamento para atuar numa área periculosa, próxima a fio de alta tensão, com escadas e expostos a condições climáticas nem sempre favoráveis.
PESQUISAS APONTAM DESEJO DE PROTEÇÃO SOCIAL
Diversas pesquisas têm apontado situações que vão na direção oposta a contratação por MEI. Uma das pesquisas, realizada pelo Centro de Análise da Sociedade Brasileira (Casb) e intitulada “As classes trabalhadoras”, aponta que quatro, em cada dez trabalhadores brasileiros, se sente sob risco psicológico e buscam trabalho com mais renda, direitos e proteção social, exatamente o que a condição de MEI não oferece. Muitos afirmam ter que fazer atividade extra para complementar a renda ou está fazendo ou sente que precisar fazer uso de medicamentos psiquiátricos. Quando questionados sobre o principal ponto negativo do trabalho por conta própria, 64% informaram ser a preocupação de ficarem incapacitados e sem renda.
Com relação aos direitos trabalhistas, 79% dos entrevistados citaram o FGTS e 69% mencionaram o seguro-desemprego como benefícios a que gostariam de ter acesso, o que representa uma demanda por bem-estar e seguridade. Para os especialistas, os dados são reflexo da precarização do trabalho e da insegurança financeira imposta a partir da reforma trabalhista.
Uma outra pesquisa, também divulgada recentemente pela Fundação Getúlio Cargas (FGV), apontou que 68% dos trabalhadores autônomos no Brasil gostariam de ter carteira assinada, ou seja, sete entre cada 10 trabalhadores autônomos. Para os pesquisadores, a pesquisa revelou que os autônomos nem sempre possuem as melhores condições de trabalho, pois não conseguem assegurar seus direitos como trabalhadores e falta um sentimento de segurança, inclusive sobre não saber quanto receberão e se receberão no mês seguinte.
E apesar da ideia vendida seja de “empreendedorismo”, na verdade a situação não passa de uma “uberização”, com piora nas condições de trabalho.
Assessoria de Comunicação
12/09/2024 13:51:28