Conversa sindical sobre terceirizações

O SINTTEL-RS em participado, em diferentes espaços, de encontros, seminários, reuniões e grupos de trabalho que vem discutindo as terceirizações e formas de garantir o respeito aos direitos destes trabalhadores, uma situação bastante agravada depois da Reforma Trabalhista de 2017. Um destes espaços é o Instituto Trabalho e Transformação Social (ITTS), criado para pensar e formular caminhos mais justos para o trabalhador frente as transformações tecnológicas e o mundo do trabalho, garantindo que o avanço tecnológico represente também avanço social.

No final de maio, o Sindicato participou da 1ª Roda de Conversa sobre Terceirização, juntamente com outras categorias, metalúrgicos, petroleiros, eletricitários, petroquímicos, comerciários, radialistas e de diversas especializações da prestação de serviços, quando foram feitos relatos pelas representações destas categorias, relacionadas as subcontratações em cadeia generalizadas após a aprovação da Lei 13.429/2017 (Reforma Trabalhista).

Os dirigentes fizeram seus depoimentos guiados por roteiro em que se buscou uma avaliação do alcance da terceirização em cada categoria profissional, as consequências do processo para a vida dos trabalhadores, para a vida sindical e para a sociedade.

No que diz respeito à abrangência da terceirização, ainda, houve uma preocupação no mapeamento da natureza das atividades hoje terceirizadas e volume das operações já subcontratadas. Soube-se a partir disto que existem ramos, como o elétrico e o telefônico, em que 80% das atividades já são terceirizadas.

Segundo o Diretor de Saúde do Sindicato, Juan Sanchez, são muitas as sequelas deixadas pela terceirização na categoria, com um número de acidentes de trabalho com morte e com sequelas de forma incessante. “É tudo fruto da terceirização, porque permite a contratação de trabalhadores sem condições, trabalhadores sem conhecimento à respeito de segurança, de saúde do trabalho, o que ocasiona todo esse número de acidentes. Fora isso, para nós e para quem representamos, é importantíssimo que esse debate flua, que esse trabalho tenha frutos e que possamos, no futuro bem próximo, termos conclusões e também propostas para retirar essas mazelas da terceirização e tornar o trabalho mais digno e as condições de vida e as condições humanas melhores para quem representamos”, pontuou ele.

Já o presidente do SINTTEL-RS, Gilnei Azambuja, destacou a importância da iniciativa do Instituto do Trabalhador. “É muito importante para nós falarmos sobre o trabalho terceirizado, que é sinônimo de precarização. O Sinttel-RS vem sofrendo um fenômeno muito grande na nossa categoria, que é justamente a utilização de MEIs nas atividades fins. E a gente está aqui para achar uma solução, principalmente nas áreas perigosas”.

O dirigente lembrou que o Sindicato está nesta luta juntamente com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, com o Sr. Superintendente Claudir Nespolo. “Somos parceiros nessa luta para proteger a vida, para melhorar a qualidade de vida de todos os trabalhadores, da classe trabalhadora, mas também evitar acidentes fatais. Então, é por isso que a gente está aqui”, acrescentou ele.

CONSEQUÊNCIAS – As consequências individuais e coletivas sobre saúde e direitos dos trabalhadores, obviamente, foram as mais facilmente apontadas pelos representantes sindicais. Assim, desde a precarização de aspectos como jornada e remuneração, até os abalos à saúde do trabalhador foram recorrentemente apontados. Neste campo, uma das principais preocupações dos dirigentes se relaciona à associação da terceirização generalizada com a Reforma Trabalhista e, consequente, incorporação da figura do MEI nas principais categorias assalariadas do Rio Grande do Sul

No que diz respeito às rotinas sindicais se destacaram novas práticas de cooperação entre representações que se consorciam para tratar de problemas e negociar direitos de determinados conjuntos de trabalhadores cuja atuação ficou diluída ou difusa depois da terceirização.

Outro tema que foi abordado, sob diversos aspectos, denotando sua complexidade, foi a representação sindical dos terceirizados, uma questão que é essencial para avançar num processo de regulamentação da terceirização.

REBAIXAMENTO DE CUSTOS – O encontro foi também importante para identificar situações relacionadas à organização econômica e/ou estratégias econômicas das grandes corporações que incorporaram a terceirização nas estratégias de rebaixamento de custos e inserção no universo financeirizado.

A partir dos depoimentos dos dirigentes, associados a dados setoriais, será produzido um Relatório, para subsidiar novos passos e eventos pensados para aprofundar o tema da Terceirização, tanto em espaços relacionados à negociação, a busca de ampliação de direitos e da própria organização sindical.

Confira a fala dos dirigentes sobre o tema:

Presidente do SINTTEL- RS – Gilnei Porto Azambuja

Diretor de Saúde do SINTTEL-RS – Juan Sanchez

Assessoria de Comunicação

09/09/2024 18:36:47

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