Trabalhadores da Serede ocupam as ruas de Porto Alegre contra o calote da Oi

Na tarde de segunda-feira (22/12), trabalhadores e trabalhadoras da Serede realizaram um ato público em Porto Alegre para denunciar o calote da Oi e exigir respeito aos direitos trabalhistas. A mobilização integrou uma jornada nacional de protestos e reuniu a categoria em defesa do emprego, das verbas rescisórias e da dignidade do trabalho.

O ato teve início com concentração em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT‑4), na avenida Praia de Belas. Em seguida, os trabalhadores realizaram caminhada pelo centro da Capital até o prédio da Oi, na avenida Salgado Filho, onde denunciaram a responsabilidade direta da tomadora de serviços pela situação criada com a falência da Serede. A mobilização foi encerrada em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no RS (SRTE‑RS).

Durante todo o trajeto, a categoria dialogou com a população, entregando materiais de esclarecimento e denúncia sobre a gravidade do momento: demissões em massa, risco de não pagamento das rescisões, retirada de benefícios e abandono de milhares de famílias às vésperas do Natal.

Segundo o SINTTEL‑RS, a decisão da Justiça que decretou a falência da Serede sem impor obrigações à Oi representa uma grave injustiça social. A Oi, em recuperação judicial há anos, voltou a demonstrar desrespeito com cerca de cinco mil trabalhadores da Serede no país — aproximadamente 700 no RS. Para o sindicato, não é aceitável que uma empresa do mesmo grupo econômico se beneficie enquanto trabalhadores ficam sem garantias básicas.

A indignação aumentou após o comunicado da Serede, assinado pela gestora judicial, informando demissão coletiva e rescisão de todos os contratos em 22/12, com exigência de devolução imediata de ferramentas e veículos.

As federações nacionais FITRATELP, FENATTEL e FITTLIVRE reagiram de forma contundente, classificando a demissão em massa como afronta aos direitos sociais e alertando para o risco à continuidade de serviços críticos, como os atendimentos da Oi Soluções. Para as entidades, empurrar os trabalhadores para a habilitação de créditos na massa falida é “colocá-los no fim de uma fila infinita”, enquanto a Oi permanece inerte, sem assumir sua responsabilidade subsidiária imediata.

Além do drama humano, os dirigentes destacaram os prejuízos à sociedade: a interrupção abrupta das atividades compromete a manutenção da infraestrutura de telecomunicações, podendo afetar serviços públicos e privados essenciais em milhares de municípios que dependem da rede do Grupo Oi.

O ato desta segunda-feira reafirmou que o que está em jogo vai além de um conflito empresarial. Trata-se da dignidade do trabalho, do cumprimento das leis trabalhistas e da justiça social. Os trabalhadores da Serede e suas entidades representativas garantem que a mobilização seguirá até que a Oi seja responsabilizada e os direitos sejam integralmente assegurados.

Assessoria de Comunicação

23/12/2025 19:30:44

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