A face desumana do capitalismo

Não é novidade que, para o capitalismo, os números valem mais que a vida. A pandemia, aliás, tem mostrado que os números valem mais que milhares de vida, haja vista a resistência dos empresários em investir em equipamentos de proteção, ou de concordarem em reduzir ou fechar temporariamente seus negócios, em nome do lucro, expondo seus trabalhadores e levando muitos à morte.

E esta característica do capitalismo chamado de “capitalismo selvagem” ficou ainda mais clara em uma unidade do hipermercado Carrefour.  A unidade, em Recife, escondeu o corpo de um trabalhador morto para não fechar as portas e deixar de lucrar. Um representante de vendas de 53 anos da rede de hipermercados morreu, na última sexta-feira 14, enquanto trabalhava. O caso só ficou público porque uma foto foi divulgada nas redes sociais e gerou muita revolta.

Para esconder o corpo, o hipermercado colocou guarda-sóis, caixas e tapumes improvisados enquanto o estabelecimento seguiu em funcionamento. O corpo ficou no local, segundo os demais trabalhadores, por mais de 4 horas, até ser retirado pelo Instituto Médico Legal (IML).

Protocolo

Só depois da repercussão negativa e das críticas recebidas nas redes sociais, o Carrefour publicou três notas nas redes sociais se “justificando” e anunciando que irá mudar o protocolo. Segundo a empresa, a partir de agora (quer dizer, só a partir da repercussão negativa) é que o hipermercado vai fechar a loja em casos de fatalidade como essa.  

Assessoria de Comunicação

19/08/2020 16:53:04