Mais de 65 mil brasileiros mortos e Bolsonaro só pensa em tirar mais direitos dos trabalhadores

Ignorando a trágica estatística de mais de 65 mil brasileiros mortos pelo coronavírus e com mais de 50% da população desempregada, milhares passando miséria e fome, a preocupação do governo Bolsonaro é retirar mais direitos dos trabalhadores e acabar com as suas formas de organização.

Segundo o DIEESE, o governo Bolsonaro quer realizar uma nova reforma trabalhista e sindical. A intenção é finalizar a reforma do ex-presidente Michel Temer, de 2017, e rever toda a CLT, desde os direitos trabalhistas até a relação sindical.

O diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, explica que a intenção do governo é trazer o modelo chileno, que “pulveriza as entidades dos trabalhadores”. Entre as propostas, está a criação de sindicatos em cada empresa, acabando com as representações por categoria profissional.

Outra questão trata da redução do acesso à Justiça do Trabalho. “A visão econômica do governo federal passa pela retirada de direitos do trabalho. Eles investem seu tempo na ideia de ampliar o número de trabalhadores sem proteção, enquanto a gente deveria buscar a ampliação dos direitos sociais e o equilíbrio econômico”, critica o técnico.

ENFRAQUECIMENTO COLETIVO

Dentro da reforma, o objetivo é acabar a unicidade sindical, princípio constitucional que prevê uma única entidade tanto de trabalhadores como de empresas por base territorial. Além disso, o governo federal quer enfraquecer a Justiça do Trabalho, que desempenha papel de intermediação nas negociações coletivas.

Para o especialista, o modelo brasileiro é bem consolidado e constituído, e mesmo com seus problemas, não deveria resultar numa desconstrução total. Para o técnico do DIEESE, o que o governo busca é destruir o que ainda restou de arcabouço legal, que é a CLT, enfraquecer os sindicatos e colocar os trabalhadores à disposição dos interesses empresariais. Ele alertou ainda, que num país desigual como o Brasil, é impossível desconstruir um sistema e achar que nada vai acontecer.

Assessoria de Comunicação

C/Informações da RBA

09/07/2020 17:00:28