Audiência pública tratou situação das vítimas da Covid-19 no RS

Dirigentes do SINTTEL-RS participaram, dia 30 de maio, da audiência pública que tratou a situação dos gaúchos que convivem com as sequelas da Covid-19. A audiência foi presidida pelo deputado Pepe Vargas (PT), que tem formação médica, e integra a Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas de Covid-19, em conjunto com outros grupos.

Esta foi o primeiro encontro de uma série de seis que ocorrerão nas macrorregiões da área da saúde no estado. Em junho, as audiências ocorrerão em Santa Maria, Lajeado e Pelotas. E em julho, em Passo Fundo, Santa Rosa e Caxias do Sul.

Durante o encontro, Pepe destacou que o objetivo das audiências é escutar a população e fazer um mapeamento do impacto da pandemia no sistema de saúde das diversas regiões, tendo como foco o atendimento às vítimas e seus familiares e, também, um olhar para os aspectos econômicos e sociais na vida dessas famílias e nas próprias políticas públicas. 

Uma das ações imediatas da frente será buscar o apoio da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa para a Resolução 013/2022, do Conselho Nacional de Saúde, que prevê a adoção pelo Ministério da Saúde de uma linha especial de cuidados para as vítimas da Covid-19. Também deverá costurar, entre os deputados estaduais, recursos orçamentários específicos para financiar o tratamento dos pacientes com sequelas.

Representantes de entidades da sociedade civil e sobreviventes do coronavírus falaram sobre as sequelas da doença, dos sintomas da chamada Covid Longa e das dificuldades que enfrentam para conseguir atendimento.

O presidente do Conselho Estadual de Saúde, Cláudio Augustin, ele mesmo vítima da doença, destacou que para o governo do RS, é como se “nada estivesse acontecendo”.  Mas, disse ele, de 30 a 50% dos recuperados apresentam sequelas e não contam com qualquer tipo de assistência.

Já a representante do Ministério Público Federal (MPF) destacou estudo da Fiocruz que aponta que 50% dos sobreviventes apresentam sequelas por mais de um ano.

Representando a Associação Vida e Justiça, entidade que atua na busca de reparação para vítimas da pandemia, a médica Rosângela Dorneles lembrou o “momento extremamente grave” no Rio Grande do Sul com a chegada do inverno e a lotação das UTIS, especialmente, as pediátricas. “O sistema está fragilizado e fragmentado.  Faltam medicações, os trabalhadores estão exaustos e adoecidos e as filas não param de crescer”, advertiu.

Já a presidente da Associação de Vítimas da Covid, Paola Falseto, chamou a atenção para outro aspecto da pandemia: a falta de assistência adequada para órfãos e enlutados. Ela criticou o abandono deste segmento por parte do Poder Público.

A representante da Fiocruz Maria Juliana Moura Correa afirmou que, no próximos dias, a fundação lançará um informe sobre a Covid Longa para ajudar na identificação de alterações e na orientação de tratamentos e reabilitação. 

Representantes de mais de 40 entidades participaram da audiência, entre elas os Conselhos Nacional e Estadual de Saúde.  

Assessoria de Comunicação

C/Informações da Agência de Notícias ALRS

31/05/2022 19:51:07