28 DE ABRIL – DIA MUNDIAL EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DE DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO

Uma das mais importantes lutas do Sindicato tem sido na área da saúde e segurança dos trabalhadores. São diversas as ações e as intervenções da entidade junto às empresas para assegurar condições de trabalho seguras aos trabalhadores, disponibilização de equipamentos de proteção e orientações no sentido de que sejam observadas as normas de segurança.

Mas nem sempre é fácil e para piorar, o desmonte feito pelo governo federal nas Normas Regulamentadoras contribuem para um quadro que é desolador, no que diz respeito aos adoecimentos e acidentes do trabalho no país.

O setor de telecomunicações, instalação e manutenção, por suas características, envolve atividades  perigosas e letais. Quedas, asfixiamentos (mais comuns em ambientes subterrâneos), choques elétricos e outros tipos de acidentes para os profissionais de redes de telecomunicações são cada vez mais ameaçadores, num setor que cresce vertiginosamente. Isso exige, cada vez mais, a observância e cumprimento de atitudes preventivas e das normas de segurança.

Estudos apontam que, em 2019, cerca de 700 pessoas morreram por choque elétrico no país. Muitos destes, eram profissionais de telecomunicações.

NÚMERO ALARMANTES

De 2012 a 2020, um total de 21.467 trabalhadoras e trabalhadores sofreram acidentes fatais no Brasil, com uma taxa de mortalidade de seis óbitos a cada 100 mil vínculos de emprego no mercado de trabalho formal, de acordo com os indicadores do SmartLab. Dados do observatório também mostram que os acidentes de trabalho impactam diretamente nas despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No Brasil, somente em 2021, foram comunicados 571 mil acidentes de trabalho e mais de 2.487 mortes no trabalho.

No mesmo período, foram registradas 6,2 milhões de Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) e o INSS concedeu 2,5 milhões de benefícios previdenciários acidentários, incluindo auxílios-doença, aposentadorias por invalidez, pensões por morte e auxílios-acidente.

O já elevado número de afastamento por doenças psicológicas também aumentou. O total de auxílios-doença concedidos por depressão, ansiedade, estresse e outros transtornos mentais e comportamentais (acidentários e não-acidentários) se mantiveram em níveis elevados, na média de concessões dos últimos cinco anos anteriores à pandemia da COVID-19 (com cerca de 200 mil concessões).

UM NOVO PERIGO

Desde 2020, além dos perigos próprios relacionados às atividades do setor de telefonia, houve o acréscimo do risco da pandemia de Covid-19. Os telefônicos, considerados serviços essenciais, não paralisaram as atividades nem mesmo no período de bandeira preta no Estado, ficando ainda mais expostos ao vírus. Muitos se contaminaram em seus ambientes de trabalho ou durante o desenvolvimento de suas tarefas.

Nos mais de dois anos de pandemia, o SINTTEL-RS teve uma forte atuação em defesa da categoria, que foi desde a exigência de equipamentos de proteção, como máscaras e álcool em gel, até denúncias na Justiça. O objetivo era sempre minimizar os riscos para uma função que cresceu na pandemia e exigiu ainda mais dos trabalhadores em telecomunicações.

Uma luta que, lembra o Sindicato, foi travada num cenário de mais de 660 mil mortes, e frente a um governo irresponsável, que minimizou a pandemia, desdenhou da vacina e respondeu à sociedade que não era coveiro. 

Entre 2020 e 2021, em dois anos de pandemia, foram registradas 33 mil CATs e 163 mil afastamentos com casos de COVID-19 no país.

DESTRUIÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTADORAS

Para piorar este quadro de acidentes e mortes no trabalho, o governo federal vem, de todas as formas, destruindo a legislação que dá conta da saúde e segurança no trabalho. Isso também é uma ameaça à saúde e à vida dos trabalhadores. Um total de 34, das 36 NRs, estão sendo alteradas, e todas pautadas pela NR 1, que desobriga os patrões de vários deveres.

CONTINUAR NA LUTA

Neste caminho, cabe aos sindicatos e aos trabalhadores continuarem na luta, porque se para as empresas, a vida não vale nada, para cada trabalhador(a) ela vale muito. Num país que já é campeão em acidentes, adoecimentos e morte no trabalho, com um governo que investe na morte, resistir é um ato de bravura. Não vamos aceitar o descaso com nossas vidas!

A ORIGEM DA DATA

A data, instituída por iniciativa de sindicatos canadenses, foi escolhida em razão de uma explosão que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. No Brasil, a Lei nº 11.121, que criou o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, foi promulgada em maio de 2005. Posteriormente, encampando essa luta, mas com foco na prevenção, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu o dia 28 de Abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.

Uma data para lembrar, que até hoje, por condições de trabalho inadequadas, morre um trabalhador a cada 11 segundos no mundo. No Brasil, em 2021, foram mais de 2.487 mortes no trabalho.

Assessoria de Comunicação

27/04/2022 22:50:57