TRABALHADORES NA SEREDE REJEITAM PROPOSTA REBAIXADA DA EMPRESA

Os trabalhadores na Serede rejeitaram, por unanimidade, a proposta de 5,5% de reajuste salarial e ainda parcelado em duas vezes, com a segunda parte em janeiro de 2023. O índice não chegar sequer à metade do INPC do período, medida em 11,73%. Além do percentual rebaixado, a empresa ainda quer criar um Banco de Horas e aumentar a coparticipação dos trabalhadores no plano de saúde. As assembleias ocorreram de forma presencial em nove cidades do RS, com participação expressiva.

ANÁLISE DA CONJUNTURA NA SEREDE

Além da avaliação da proposta, os participantes das assembleias também debateram a atual conjuntura da relação da SEREDE e suas contratantes OI\V-TAL, que colocaram este contrato em licitação nacional, onde a prestadora de serviços pode perder o seu único contrato, o que pode representar o fim da empresa.

Esta situação colocou a Direção do SINTTEL-RS e os trabalhadores em estado de alerta. E apesar de haver informações extraoficiais de que a questão da licitação seria resolvida até 15/04, isso não ocorreu. Tanto que as assembleias foram convocadas para o dia 13\04, com indicativo de GREVE, para buscar evitar o desemprego e a precarização das relações de trabalho que pode resultar desta Licitação da V-TAL\OI.

MEDIAÇÃO NO TRT

Buscando uma negociação para garantir os direitos e os empregos frente ao que pode ocorrer com o resultado da licitação, o SINTTEL-RS buscou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4). Na audiência, realizada na véspera da assembleia da categoria, o Vice-Presidente do Tribunal e o Procurador do Ministério Público do Trabalho agendaram uma outra audiência, agora com a presença da V-TAL (que na data estava em audiência no TRT-SC), e que o Sindicato não tirasse, dentro do possível, na assembleia do dia 13, indicativo de greve, ao menos até a nova audiência.

Assim, na assembleia do dia 13/04, os trabalhadores decidiram por dar um prazo para que a empresa possa evoluir nas negociações de renovação do Acordo Coletivo no RS e, caso a V-TAL\OI, acabem concluindo este Processo de Licitação sem apresentar as garantias exigidas pelos trabalhadores e pelo SINTTEL-RS, a entidade poderá convocar nova e em 72 horas convocar uma GREVE, mesmo antes de 25\4.

GARANTIAS EXIGIDAS PELOS ATUAIS TRABALHADORES NA SEREDE E SEU SINDICATO:

1 – GARANTIA QUE HAVERÁ O REAJUSTE DO ACORDO COLETIVO AGORA EM ABRIL (DATA-BASE): Quando iniciou a licitação, representantes do RH da Empresa comunicaram que a discussão do reajuste deste ano seria muito complicada, que era preciso esperar o fim da licitação, pois a SEREDE tinha risco de perder seu único contrato. HOJE, a SEREDE, após os protestos do sindicato e da categoria, já fez três rodadas de negociação, cuja proposta foi rejeitada, mas continuam as negociações.

2 – GARANTIA AOS TRABALHADORES QUE FOSSEM DESLIGADOS DA SEREDE NESTA LICITAÇÃO, DE QUE TERIAM SUAS VERBAS RESCISÓRIAS PAGAS EM UMA SÓ PARCELA, E NÃO EM VÁRIAS PARCELAS: No início não tínhamos esta garantia. Após os protestos, agora já temos esta garantia por escrito da Direção da SEREDE (pior que um trabalhador demitido, é um trabalhador demitido, e sem seu dinheiro da rescisão).

3 – GARANTIA QUE NÃO SOBRARIA PARA A SEREDE SÓ A PARTE DO CONTRATO DE MANUTENÇÃO DO CABO METÁLICO, POIS AÍ NÃO TERIA COMO ELA CONTINUAR EXISTINDO E HONRANDO SEU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO: Antes dos protestos, a ideia era essa. Só sobraria para a SEREDE o que o Banco BTG, que manda na nova empresa V-TAL, não quer (rede metálica). Agora eles dizem que não será mais assim, e a SEREDE também continuará com parte da FIBRA da V-TAL (mas faltam as garantias por escrito).

4 – GARANTIA QUE OS ATUAIS TRABALHADORES NA SEREDE QUE MIGRAREM PARA OUTRA EMPREITEIRA, TERÃO GARANTIDO SEU EMPREGO E MESMAS CONDIÇÕES DE ACORDO COLETIVO DA SEREDE: As Empresas V-TAL e OI, responsáveis pelo edital de licitação, não garantiram isto até agora ao SINTTEL-RS, e o grande risco, principalmente do pessoal de implantação da Fibra Ótica, que tem chance de migrar para outra empreiteira, é de não ser contratado ou ficar sem o atual Acordo Coletivo assinado entre SINTTEL-RS e SEREDE na nova empreiteira contratada (e, portanto, sem PPR, sem Plano de Saúde da UNIMED e com salários e tíquetes com menor valor).

Se não forem dadas as garantias necessárias contra o desemprego e a precarização da licitação da V-TAL/OI, a categoria vai parar!

Assessoria de Comunicação

18/04/2022 12:25:41