Investindo no desemprego e da dependência tecnológica

O governo Bolsonaro, desde o início, tem se caracterizado por adotar políticas que acabam aumentando o já elevado número de desempregados no Brasil e colocando o Brasil numa posição de absoluta dependência tecnológica em relação ao resto do mundo.

Dois setores são exemplos disso: no setor petróleo, ao optar por construir navios e plataformas em países asiáticos, o país destruiu o setor naval, com alta capacidade de empregabilidade. No RS, em Rio Grande, por exemplo, que viveu tempos de otimismo quando o Brasil tinha a política chamada de “conteúdo nacional” (que obrigava a Petrobrás a construir navios e plataformas no Brasil, agregando conhecimento e tecnologia), havia emprego em abundância. Esta política foi completamente destruída por Bolsonaro e o setor desempregou milhares de trabalhadores.

Agora, o governo pretende destruir também o setor de tecnologia. Um bom exemplo disso é a destruição do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), a única estatal do país e da América Latina que produz chips, hoje ameaçada de ser fechada.

Bolsonaro pretende entregar a produção de chips a um dos homens mais ricos do mundo, o trilionário norte-americano Elon Musk, que tem sua fábrica em Taiwan, e cuja produção e tecnologia é direcionada a aeronaves e a objetivos militares. Ele foi convidado pelo Ministro das Comunicações a trazer uma fábrica para o país, colocando o Brasil na dependência no setor de semicondutores, utilizando muito menos mão de obra e mais barata e levando os lucros da empresa para seu país de origem. Além disso, a produção poderia ser toda destinada a empresas estrangeiras e não atender aos interesses dos brasileiros.

O problema não é abrir novas empresas, mas fechar a que já temos para beneficiar empresas estrangeiras.

A CEITEC é mais uma empresa pública que teve grandes investimentos para chegar no patamar que está agora, que pode reduzir a dependência tecnológica do país, que detém talentos e conhecimento e que está para ser destruída por Bolsonaro, assim como outras importantes estatais.

Para o ex-governador Miguel Rossetto, a microeletrônica e seus componentes são parte decisiva da grande economia do século 21, da inteligência das coisas, a inteligência artificial e o 5G, que têm como base os semicondutores. “O Brasil não pode abrir mão da capacidade tecnológica desses componentes. Isto é decisivo para uma política industrial moderna e sustentável e para gerar empregos qualificados e diminuir a enorme dependência por importação. É preciso impulsionar a pesquisa, a ciência e nossa capacidade de fabricação. É escandalosa, inaceitável e ilegal a liquidação criminosa da Ceitec pelo governo Bolsonaro", afirmou.

Em setembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a extinção da CEITEC e pediu ao Ministério da Economia esclarecimentos sobre a liquidação da empresa, já que, segundo os ministros da Corte, ficou configurado os imensos prejuízos para o país.

A CEITEC possui 46 patentes concebidas no Brasil e no exterior e tem certificações conferidas a menos de 10 empresas do setor no mundo.

Assessoria de Comunicação

24/11/2021 14:24:44

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